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Zorate


O relógio acelera, para o vento no mar
Traz o tempo memórias de um amor por viver
Beijos molhados à luz do farol
De onde eu venho, de joelho reza-se por esse querer
Então minha alma permite-se sonhar

Enquanto navego pelo mar da agonia do desejar
Voam até a mim doces dizeres de outro coração
Um amor exabundante descubro ao raiar do sol
Seu destemor satisfaz minha ambição
Sinto meu ser se completar

Tocam os sinos em minha mente
Fecho os olhos, vislumbro nosso futuro enraizado
Dou o mundo, um ponto final e toda minha liberdade
Preto, branco e o círculo dourado
Mas na lucidez, ela me chama inconsequente

Virgem minha aura, tolo meu âmago
Serás tu minha infinidade?
Também não sei, apenas respira e viaja comigo
Aceitas para sempre ser a minha única verdade?

Escrito por: Sheila Faiane



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