Avançar para o conteúdo principal

Celebrando Os 90!

By MISSGUIDED

Quando chegamos a uma certa idade as pessoas começam a olhar diferente, querem que a gente se comporte do jeito mais convencional, querem o normal e tudo que estiver além de suas expectativas.. será ridículo.

Rótulos, rótulos, a porcaria dos rótulos!!!

Apesar disso, nesta fase da vida nada me impede de mudar as notas da minha canção. Hoje é meu aniversário e quero comemorar o início de uma fase que eles chamarão: "distúrbio ligado ao envelhecimento". 

Eu sei que todo mundo acha que eu já não tenho a cabeça no lugar, sou uma autêntica lunática, mas a vida ensinou-me o suficiente para saber o que realmente é melhor para mim e nada me fará mudar de ideias. 

Desde que me tornei esposa, mãe e dona de casa, perdi a noção do tempo, esqueci o quão importante é manter a postura e que essa história de hábito arruína todo tesão no relacionamento. Por muito tempo fugi das repreensões, fingi que eu ainda era um poço de juventude e acomodei-me nos elogios: noventona de cinquenta. Mas ainda assim, tal como o meu peito e a minha bunda, a minha confiança também despencou. 

A cada dia que passa, percebo que não sei muita coisa sobre o amor próprio, muito cedo aprendi a dar, dar e dar sem parar.. acabei dando demais e acabei esgotando todas as reservas de amor que tinha por mim, depositando tudo na minha família. Eles são o porquê da minha existência e é tanto amor que as vezes acabo esquecendo que eles também são o porquê da minha celulite, minhas estrias, minhas gorduras localizadas, meus ataques de insegurança e paranóia. 
Ainda assim, se eu tivesse a chance de voltar no tempo, faria tudo de novo: casaria com o mesmo palerma, cometeria os mesmo erros, seria a mesma tola e concebia o mesmo número de antas.. 8! 
Sim, eu sei que parece a sinopse perfeita para uma comédia romântica. Mas eu amo a vida dura que sempre levei, seria ingrata se me deixasse absorver pela dor das minhas quedas, pois a fortaleza que construí em torno do meu casulo é mais forte que a fé dos que me tentaram espezinhar e talvez seja por isso que apesar das minhas rugas, ainda tenho cara de menina.

Em razão disso e muito mais.. especialmente por ser meu aniversário, hoje decidi celebrar a mulher que me tornei, encher-me de mimos, abusar do meu homem das cavernas, fazer amor como se fosse a primeira vez, explorar nossa bíblia sexual e quiçá exigir uma massagem tântrica. Sou velha sim, mas ainda tenho muito fogo e uma vida por celebrar.

Mas tudo bem, branca ou vermelha? 

Hoje eu quero me livrar destas calcinhas velhas. Sei que provavelmente ninguém irá olhar por baixo da minha saia, mas ainda assim quero poder imaginar. Sou noventona e a minha roupa interior parece um cacifo, nada atrativa e demasiadamente pequena para o meu corpo, mas quero que este momento seja meu. 

Antes que eu mude de ideia, diz-me: branca ou vermelha?

Escrito por: Sheila Faiane

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Memória e Reminiscência (lembrar e recordar)

Memórias, fragmentos de um tempo que se desfez com os ventos do passado, mas que permitiu-se deixar rastos para que de tudo um pouco eu carregasse no futuro. Memórias das trafulhices deixadas na infância, dos beijos mal beijados, dos “eu te amo” ditos em vão... memórias de um “eu”, que quisera eu ter ensinado que o mundo é mais fácil quando nos permitimos mais, quando amamos mais, quando queremos mais. Não existe um manual para vida. Talvez um Manuel! Então, eu me aconselharia a ouvir mais, deixar-me-ia envolver por cada palavra daqueles que em minha estúpida inocência um dia chamei intrometidos – os donos da razão, papá e mamã! Pois eles sabiam, eles sabiam e tudo que eu fiz foi fechar os meus ouvidos e fingir que era adulta o suficiente para não seguir seus mandamentos. Saudades, saudades do tempo em que a minha única preocupação era acordar e tentar ser feliz, ser sem noção sem me preocupar com o amanhã, pois o amanhã era apenas mais um dia. Mas ao mesmo tempo, ainda sinto...

V A L É R I A

Meu nome é Valeria, tenho 30 anos, hoje afirmo veementemente que sou uma ex-prostituta e não tenho vergonha disso. Minha história não difere muito das outras, entrei nessa vida por opção e não por estar somente a passar por dificuldades. Sempre gostei de vida fácil, sei lá, desde criança que me puseram na cabeça que eu merecia um homem rico e que não precisava trabalhar – por conta da minha beleza e do meu corpo. Tudo começou quando me expus ao sexo pela primeira vez aos 15 anos, quando descobri que poderia ter tudo que quisesse, era só uma questão de dar uns minutinhos de prazer. Já perdi a conta de quantas vezes fui para cama com homens bem mais velhos, eles queriam-me a tempo inteiro e faziam de tudo por mim; tanto que hoje tenho carros, casas e sou feliz. Bem, feliz até ao momento que em que o candeeiro se apaga e fico à sós com a minha consciência, procurando o auxílio da ciência para tentar entender que força é essa que não me deixa entrar na abstinência de matar-me ...

Para Sempre Submissa

- Eu sei que ele me ama. Eu sei que ele me ama. Tenho certeza que é amor”  –  Repito vezes sem conta enquanto ele se prepara para dar-me mais uma bofetada. Nossa relação é assim, uma mistura de amor e ódio, mas damo-nos super bem do nosso jeito doce e picante.  Hoje ele acordou bem disposto e manso.  Fizemos amor como já não fazíamos há muito tempo, foi como na nossa primeira vez, gostoso e intenso. Milagrosamente tivemos uma manhã tranquila, tomamos banho juntos e ele até levou-me ao trabalho.  Durante o dia fomos trocando mensagens carinhosas com doces dizeres e muitas outras coisas que eu não sabia que ele ainda era capaz de falar. Quando eu menos esperava, chegou na minha sala um enorme buquê de dálias vermelhas (depois de tantos anos ele ainda sabia que eu amava dálias), fiquei eufórica, não me contive e mandei logo uma mensagem a agradecer pelo gesto. 1, 2, 3 horas se passaram e ele não disse mais nada. Quando chegou a minha hora de ir ...