Sheila Faiane

Quando o nosso aniversário se aproxima, é natural que se aconchegue no coração um turbilhão de sentimentos. Voamos do hoje para o ontem em uma fração de segundos que pode parecer uma eternidade. Nestes dias, paramos para pensar no que já vivemos, em tudo que pretendemos viver e nas coisas que tanto planeamos e sabemos que provavelmente não vamos cumprir. Geralmente é um período de desespero, queremos tudo ao mesmo tempo e acabamos com nada, até choramos por coisas que precisamos, mas não queremos. Neste período o tempo muitas vezes parece estar contra nós e até percebermos o quão errados estamos, já passamos por vários ataques de pânico. Mas, o mais precioso desses momentos de reflexão, é o facto de podermos lembrar de um pouco de tudo e com um pouco de sorte, não ter um pingo de arrependimento porque afinal de contas a vida é um pouco do que fomos, somos e seremos. Um quarto de século já passou e enquanto rumo ao meio, vou deambulando pelos cantos da minha memória. P...

Alo, sim! Consigo ouvir-te, mas tu não entendes! Tu jamais vais entender essa necessidade que eu sinto de mudar constantemente. Tu jamais vais entender que eu preciso ser uma nova pessoa todas as manhãs. Tu jamais vais entender que para além de forte, eu também preciso ser miserável quando bem entendo. Melhor do que ninguém sabes tu que não quero ser mais um títere da sociedade e não te faças de  desentendido. Não me coloques limites e para com essa ideia vadia de querer me moldar. Não me faças rir Júlio, quando me conheceste amaste cada pedaço de mim, mas esqueceste que para me amar por completo terias de amar a minha essência. Dizes que te iludi e te seduzi com uma ideia deturpada do que eu realmente sou, mas já te passou pela cabeça que podes ter permitido que o teu subconsciente brincasse com a tua avidez? Desculpa, não percebi?! Não admito que me julgues pelas expectativas que tu mesmo criaste sobre uma realidade que eu nunca te prometi. Não me chames malcriada por...

Eu vejo-te  Ainda que não te fale, eu escuto Olhos-d’água, doce boca eu sinto Desejo-te Eu vejo-te Preta bela, sorriso incandescente  Querer efervescente  Penso-te Envolvida em rios de desejos Diz teu nome o meu coração em alto-falante É desejo dos cegos  Cegos os meus olhos, gritam: Quero-te Sinto meu coração se entusiasmar com o som daquela voz, vejo-o fazer poesia com palavras estranhas, chamo paixão. Já há muito não me sinto ansiosa e intrigada com a ideia de embarcar em uma nova viagem de “querer”, mas dou por mim de malas feitas. Permitam-me que fale sobre aquela que me encanta. Seu nome significa inteligente, sua personalidade eletrizante reflete paz e amor; e a linda curva do seu sorriso convida a um longo doce beijo de “felizes para sempre”, ainda que o sempre seja amanhã. Sonho em tecer palavras em seu corpo, sussura-las bem baixinho no seu íntimo e igualmente fazê-la desejar-me insanamente. O que há de ti ...

Olá querido, Espero que estejas bem e que não estejas muito chateado pelo facto de ter faltado ao nosso encontro. Gostava imenso de poder te ver e também de te tocar, mas hoje a consciência pesou um pouco mais e não consigo lidar com o sentimento. O incrível é que procuras por mim quando menos preciso de mais um problema na minha vida, procuras por mim quando do outro lado já não te aquecem a cama e os pés, quando o outro beijo não sabe mais a amor. Acredita, se a nossa história estivesse escrita no livro da vida, não teríamos de fazer apanhados na capa para alimentar o nosso querer. Eu gosto imenso de ti, as nossas aventuras são interessantes, um tanto excitantes, mas eu não posso mais permitir esse “entra e sai” da minha vida. Sabias que cada vez que nos entregamos a um alguém, parte de nós se vai com ele e morre no adeus?  É importante que percebas o que te digo, pois nos perdemos a cada romance vivido e quando voltamos a quem realmente pertencemos, já vamos pela...

Hey, Não sei por onde tem andado o teu sorriso, mas eu cá tenho saudades. Não sou um estranho para ti, sou apenas o teu reflexo, um pouco mais triste,mas sou. Já há muito venho tentando te encontrar pelas ruas da felicidade, mas por lá só encontro estranhos e pessoas que sequer lembram de ti. Noutro dia te vi chorar, quis aproximar-me, mas percebi que precisavas ficar sozinha. Tive medo que me escorraçasses ou que simplesmente ignorasses a minha tentativa de fazer-te perceber que não estás sozinha, por isso mantive-me quieto. Está tudo bem?!  Olha, não vou perguntar o que te tem deixado coberta de nuvens negras, mas preciso que fiques bem por nós. Lembra-te que és minha luz, está bem? Enquanto estiveres envolvida nesse manto de escuridão jamais poderei ser teu eterno companheiro. Agora faz-me um favor, sorria e ilumina-te.  Ontem sonhei que te beijava o amor, senti minha alma sufocar de tanta felicidade e fiz uma enorme festa em meus sonhos. Senti um turbil...

Louco é esse amor que quase sufoca e incendeia minha alma, enche de prazeres nefastos e faz viajar pelo infinito dos desejos censuráveis. Loucas somos nós por vestir tanta indecência e não temer as consequências. Somos água e fogo, mas nossas diferenças nos fazem corromper nossas crenças para dar lugar a perfeita felicidade.   Com esse coração selvagem seria um crime não te amar. Eu sei que parece prematuro estar a perambular sobre as verdades capeadas de um amor vulcânico, mas é que parece tão certo, ainda que esteja ciente da insanidade das nossas escolhas. É tão bom querer o teu querer e desejar incessantemente aquele beijo beijado que eu te dei. Não quero te assustar, passam apenas 5 minutos desde que coloquei os olhos em ti e já imagino como será a nossa vida daqui a mais 5 minutos: «Eu e tu unidas pela doce precipitação, desafiando todas as regras impostas pela assembleia dos donos da suposição e teses infundadas» . Mas não seria chato o mundo sem eles? Enfim ...

Conheci o amor, entreguei-te meu coração e permiti que declamasses em meu ouvido o mais belo dos poemas de amor. Trocamos carícias à sombra da sociedade, vimos nossas vidas tomarem um rumo inesperado e ainda assim permanecemos juntos no mesmo batel. Foram anos de felicidade plena, magia branca e mil e uma razões de viver.  Prometeste-me que o sol de junho para sempre iria brilhar, ajoelhaste, pediste que eu fechasse os olhos para os teus defeitos e eu aceitei. Permitiste-me guardar no cofre da minha mente, datas memoráveis e sentimentos sui generis . Inúmeras vezes pareceu-me utópico, pois mesmo antes de cumprirmos com o nosso plano inicial, demos uma volta de avanço e no ventre carreguei a nossa primeira bênção com todo o amor do mundo.  Enfrentamos dinossauros e quimeras, vimos tudo ao nosso redor incendiar. Vimos sonhos morrerem e outros se materializarem, mas entre vendavais e intervalos de tranquilidade colocaste um anel no meu dedo e juramos que seríamos fel...