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A mostrar mensagens de outubro, 2018

Zorate

O relógio acelera, para o vento no mar Traz o tempo memórias de um amor por viver Beijos molhados à luz do farol De onde eu venho, de joelho reza-se por esse querer Então minha alma permite-se sonhar Enquanto navego pelo mar da agonia do desejar Voam até a mim doces dizeres de outro coração Um amor exabundante descubro ao raiar do sol Seu destemor satisfaz minha ambição Sinto meu ser se completar Tocam os sinos em minha mente Fecho os olhos, vislumbro nosso futuro enraizado Dou o mundo, um ponto final e toda minha liberdade Preto, branco e o círculo dourado Mas na lucidez, ela me chama inconsequente Virgem minha aura, tolo meu âmago Serás tu minha infinidade? Também não sei, apenas respira e viaja comigo Aceitas para sempre ser a minha única verdade? Escrito por:  Sheila Faiane

Escolhida

Pele negra e escura como as minhas lembranças, cabelo crespo e castanho por conta da poeira. Pequena e radiante, não me importava, apenas rezava todos os dias para que o sol brilhasse com mais intensidade ao acordar. De onde eu venho a paisagem é turva, não há luz e os sonhos desistem de nós. Aquele é o tipo de lugar que os ricos chamam “fim do mundo” , mas os meus irmãos chamavam lar e tudo que eu queria era saber o que existia do outro lado da janela, e acreditar que um dia poderia experimentar o amor que o Padre Andrew tanto falava nas missas de domingo. Não sei ainda como lá fui parar, a história perdeu-se no tempo e se calhar eu não fazia tanta questão de saber. Eu costumava ter pesadelos todas as noites, era como se eu soubesse como e porquê aconteceu. Lembro-me que havia uma mulher de nome Manuela, ela era a única pessoa que parecia se importar comigo, até o dia em que levou-me a um "passeio" pela mata, mas graças a irmã Maria eu não fui vendida. Foi nes

Quilombo

Enquanto procuro me acostumar ao meu novo recanto, memórias invadem-me e por um mísero segundo lembro que tenho de voltar para casa. Minha alma conhece o caminho, porém meu coração e meus instintos perderam as coordenadas. Mas aqui é calmo e ninguém se vê, a escuridão é perfeita e contentamo-nos com a brisa carregada de saudade de quem já fomos. Parece triste, não é? Mas não sei por onde começar, perdi as palavras e permiti que o tempo levasse também o meu fervor. Não sei onde estou, não conheço ninguém neste lugar e mesmo assim é de um conforto assustador. Aqui é calmo e ninguém se fala, o silêncio é perfeito e contentamo-nos com a brisa carregada de emoções desconhecidas. Acho que não sei mais escrever, minhas palavras já não se casam, sinto que morre a minha vida e só eles se importam. Tenho muito para dizer, minha mente explode e espalha metades de mim para o mundo. Elas alimentam-se de nada, movem-se e suicidam-se, então per