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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2019

I N D E F I N I D O

Perdeu a cor, perdeu o horizonte. Era doce, agora ninguém sabe mais que sabor tem. Era vermelho, agora é indefinido, agora ninguém sabe mais que cor tem.  Eles dizem que ainda há esperança, mas eu só vejo um ponto final e não consigo me permitir enxergar além disso – é um jogo de emoções onde já me sinto perdedora sem sequer ter visto o placar... e foi tudo culpa da minha inconsequência, inconsistência e intransigência, tanto que hoje faço um dueto com a solidão. Fechei as portas para um possível “felizes para sempre” e já não sei como terminar esta história de amor sem poder imaginar como seria se eu tivesse feito tudo certo. Quero de novo bater na tua porta, dizer que sinto a tua falta, mas eu sei que não te posso ter de volta, por isso desejo-te alguém melhor do que eu. Estou tão vazia que até as palavras deixaram-me, é assim quando se chega ao fim? Tipo, perdemos o norte e o sul, as luzes se apagam e o que era tudo vira nada? Perdeu a cor, perdeu o horizonte. Era doce,

V A L É R I A

Meu nome é Valeria, tenho 30 anos, hoje afirmo veementemente que sou uma ex-prostituta e não tenho vergonha disso. Minha história não difere muito das outras, entrei nessa vida por opção e não por estar somente a passar por dificuldades. Sempre gostei de vida fácil, sei lá, desde criança que me puseram na cabeça que eu merecia um homem rico e que não precisava trabalhar – por conta da minha beleza e do meu corpo. Tudo começou quando me expus ao sexo pela primeira vez aos 15 anos, quando descobri que poderia ter tudo que quisesse, era só uma questão de dar uns minutinhos de prazer. Já perdi a conta de quantas vezes fui para cama com homens bem mais velhos, eles queriam-me a tempo inteiro e faziam de tudo por mim; tanto que hoje tenho carros, casas e sou feliz. Bem, feliz até ao momento que em que o candeeiro se apaga e fico à sós com a minha consciência, procurando o auxílio da ciência para tentar entender que força é essa que não me deixa entrar na abstinência de matar-me

Somos Todas Marias

“Esse corpo é da cidade, não há quem não entrou, não digo isso por maldade...” - Alo Maria, não desligues. Eu sei que já muito disse sobre ti e que não tens nenhum motivo para me dar ouvidos. Na verdade, até pensei que já tivesses bloqueado o meu número e esquecido totalmente do som da minha voz. Bem, não quero roubar muito do teu tempo, gostava imenso que escutasses o que tenho a dizer... Não, eu não quero ouvir. Houve tempos em que eu daria o mundo para receber uma chamada tua e realmente saber que o quão arrependido estás pelas coisas que disseste. Hoje eu sinto pena, pena de ti por teres dado ouvido as pessoas que quiseram dar o ombro amigo quando me disseste adeus. As mesmas pessoas que tentaram substituir-te quando por trás te diziam que eu era mentirosa e cínica. E justamente hoje, quando tudo dentro de mim já morreu, decides dizer que ainda me amas? Pensei que todas nós fossemos Marias. Honestamente, pensei que estivesses muito feliz com as pessoas que fizeram